sábado, 27 de fevereiro de 2016

Só hoje já te quis um milhão de vezes...

Já te quis tantas vezes hoje...
Não as contei, não sei se um milhão será demais... Sei apenas que foram tantas as vezes...
Acordei com falta de ti.
Quis-te ter comigo, pela manhã...
Poder afagar-te o cabelo, acariciar-te o rosto...
Beijar-te calma e lentamente, sem pressas...
Saboreando cada pedaço da tua boca, dos teus lábios, da tua língua...
Cheirar-te o corpo ainda aquecido por uma noite suave...
Acariciar-te o corpo que tanto desejo,
Sem pressas, sem urgências...
Beijar cada pedaço do peito,
Saboreando a tua pele com languidez...
Deixar-te louco de paixão, mas com calma, sem urgência...
Sentir-te em mim, com desejo, com paixão,
Com prazer...
Tanto prazer...
Sentir-nos a explodir de prazer com êxtase e paixão
Atingir o clímax do prazer contigo em mim...
Por fim, descansar nos teus braços e ver o teu sorriso com o meu...
Ver o teu olhar repleto de prazer...
Tranquilos os dois, descansando a minha cabeça no teu peito ainda suado...
Quis-te logo pela manhã...
Mas apenas imaginei todo o prazer que teríamos...
Quis-te tantas, tantas vezes hoje...
Um milhão, talvez...
Não sei quantas vezes te quis hoje,
Mas foram tantas que me dói não te ter comigo
Não satisfazer esta minha paixão...
Quis-te tantas vezes hoje e quero-te agora...
O meu corpo estremece de paixão
Queria ter-te aqui, agora, possuindo-me com paixão...
Mas apenas te quero, não te tenho...
Por isso resta-me dizer o quanto te quis hoje....

Num olhar

No teu olhar me perco e encontro...
É assim que me lembro de ti, pelo teu olhar, que me penetra.
A primeira vez que te vi, há tanto tempo, embrenhei-me no teu olhar...
Todos os dias esperava pelo momento em que te veria,
Em que poderia olhar-te novamente.
Dessa fase recordo-me de ti, do teu corpo, do teu rosto, mas, acima de tudo, do teu olhar...
Sempre o teu olhar...
Afastei-me mas nunca esqueci o teu olhar, e foi por ele que te reencontrei.
E hoje sinto saudades do teu olhar...
Sinto saudades do calor que me desperta,
Sinto-me despida pelo teu olhar,
Sinto que me penetras a alma com o olhar,
Sinto desejo no teu olhar e pelo teu olhar,
Não o desvias, eu não o desvio e por breves momentos somos só nós...
Só o nosso olhar.
Quero ver esse teu olhar, só meu, enquanto nos entregamos um ao outro...
Quero vê-lo sorrir de prazer,
Quero ver o teu olhar no meu quando os nossos corpos se tocarem...
Quero ver o teu olhar sôfrego de desejo...
Quero ver o teu olhar quando formos só um.
No teu olhar me perdi e é nele que me encontro.
Sinto falta do teu corpo, do teu sorriso, da tua voz,
Mas, acima de tudo, sinto falta do teu olhar...

Tranquila, mas pouco...

Tranquila, eu?
Nada mesmo, nada...
Coloco a máscara de acalmia em dias de tempestade,
Aparento o sossego de quem não se rebela,
Mas por dentro... oh, por dentro...
Um rol de emoções percorrem-me o ser.
Uma excitação descontrolada pelo homem que desejo,
Uma vontade imensa de cometer loucuras,
De sair de mim e ser feliz,
De dizer o que sinto e penso, sem pudores...
De me entregar ao prazer imenso de ter em mim quem desejo...
De abrir os lábios apenas para beijar e ser beijada...
De me perder nos braços dele e sentir o seu corpo no meu...
De explodir de prazer em conjunto...
De partilhar cada pedaço do meu corpo junto ao dele...
De tocar no seu corpo e ser tocada com desejo...
De estremecer com as suas carícias...
Tranquila... eu...
Pois claro que sim...
Uma tranquilidade aparente que cobre com manto de acalmia um imenso turbilhão.
Um turbilhão de vontades, de desejos, de emoções...
Mas oculto e finjo calma.
Coloco a máscara do falso pudor
E oculto o calor imenso que me percorre,
O tremer das pernas pela simples imaginação...
Nem o morder de lábios transpareço...
O rubor da minha face disfarço...
E no final, a tranquilidade transparece.
Sou novamente uma Senhora, tranquila e serena,
Que esconde a loucura do prazer que tanto desejo...
Tranquila, eu? Claro que sim....

Corpo de Mulher


Olho-me ao espelho, vejo o meu corpo de mulher madura,
Já ultrapassei os 40 mas não o sinto,
O meu corpo já não tem a leveza e frescura de outrora,
A minha pele já não é fina como foi,
Mas mantenho as minhas curvas, a que acrescentei algumas...
As curvas de uma vivência em pleno.
O meu ventre já carregou três filhos...
Já os sentiu crescer, já se adaptou a eles...
A minha pele conta essas histórias de gravidezes felizes, 
De duas cesarianas cuja cicatriz é uma marca de felicidade que amo.
Pequenas marcas na pele me recordam tais gravidezes.
Marcas de momentos felizes, 
Marcas de alegrias eternas...
Os meus peitos não têm a firmeza de outrora.
Amamentaram três filhos, 
Que sofregamente se deleitavam com o leite que deles brotava.
Não têm a firmeza de outrora mas têm a doçura de quem já foi mãe,
Não os trocava por qualquer outro pois têm a marca da felicidade,
De momentos únicos, meus e dos meus filhos, 
Momentos em que, enquanto pelo bico do peito jorrava leite,
As mãozinhas ternas acariciavam os seios que os alimentava.
A minha pele revela tantos Verões em que me aqui ternamente ao sol,
Dias passados em praias, com a alegria de quem acredita que é eterna,
Revela também tantas noites de pouco dormir...
Noites passadas em claro, 
Algumas apenas em diversão, com excessos da idade,
Tantas noites passadas em momentos de amor e paixão,
Tantas noites acordada a pensar nos sonhos de uma vida,
Tantas noites acordada por um filho...
Noites passadas em claro, mas que repetiria cada uma com paixão.
O meu corpo é de mulher madura, mas tem as marcas de uma vida bem vivida,
Terá outras tantas marcas, e todas elas me farão felizes.
Talvez mais filhos estiquem meu ventre e se saciem nos meus peitos,
Mais paixões e amores correspondidos me mantenham acordada noites sem fim,
Muitas loucuras ainda me restam cometer,
Mas o meu corpo é de Mulher Madura,
Com recantos insaciáveis, 
Com curvas delineadas,
Com sensibilidade ao toque mais sedutor,
Com êxtase pela vida bem vivida,
Com paixão e calor que não se apaga,
É um corpo agora mal desbravado, 
Mas é um corpo lindo por tudo o que em si encerra.
Olho-me ao espelho, e gosto do meu corpo de Mulher Madura...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Noite

Está tudo tão tranquilo... Demasiado tranquilo, esta noite.
Só eu estou inquieta com saudades tuas.
Estou presente mas ausente no pensamento.
Estou longe de mim, num limbo de sentimentos, num mar de sensações
Sei-te mais perto.
A tua distância física encurtou mas a distância continua.
Não estás comigo, não sei de ti e não sabes de mim
Finjo que não te quero, ignoro a tua presença
Olho para o lado para não te ver, mas quando desvias o olhar sigo-te
Vejo o que fazes, sei o que dizes, mas ignoro
Finjo desinteresse quando te queria dizer que tenho saudades.
Sigo os teus passos, leio o que escreves, vejo as tuas imagens, mas ignoro...
É noite, está tudo tranquilo, menos eu que estou inquieta.
Não te posso chamar, o meu orgulho não deixa.
Porque não o faço?
Porque o faria?
Se tudo o que sinto de ti neste momento me causa inquietação.
Ciúmes,
Insegurança,
Medo... Medo de não te ter, mas medo de te ter.
Medo de não ser amada, mas medo de ser amada.
Medo que não me queiras, mas tanto medo que me queiras como te quero.
É noite, está tranquilo à minha volta.
Não há sons. Não há luzes. Não há nada, nem ninguém.
Apenas eu, inquieta, por te querer e por ter medo de tanto te querer.
Tenho saudades tuas, mas tu não sabes
Sei que estás acordado,
Sei que se calhar já pensaste em mim,
Sei que talvez tenhas procurado um gesto meu, uma palavra minha,
Mas é de noite, eu estou inquieta, e tu não estás aqui.

Queria tanto dizer o que sinto

Não consigo dizer tudo o que sinto...
No meu íntimo sinto tanto, mas as palavras não me saem, permanecem no meu pensamento, no meu coração e cada vez mais me fecho e me escondo das palavras.
Queria dizer que estou viva, que sinto, que desejo, que quero, que me apetece, mas as palavras saem mudas da minha boca.
Queria dizer-te que me perco no teu olhar...
Que desejo cada pedaço de ti...
Que queria poder adormecer nos teus braços e acordar-te com um sorriso...
Que cada toque em ti me estremece por dentro...
Que cada sorriso teu me encanta e me aquece...
Que uma palavra tua me faria correr para os teus braços...
Queria dizer-te tanto... Mas não digo nada.
As palavras continuam a não sair.
O coração continua a querer-te a medo...
A paixão que me assola não me deixa falar,
Deixa-me apenas sentir,
Queria tanto dizer-te o que sinto
Mas uma vez mais as palavras não saem.
O coração fecha-se uma vez mais.
A paixão esconde-se e retrai-se.
Tu não sabes o que sinto,
Não sabes o quanto ocupas as minhas noites,
Não sabes o quanto te procuro,
Não sabes o quanto te desejo,
Não sabes o quanto te quero,
Não sabes o que sinto,
E não vais saber...
Queria tanto dizer o que sinto, mas não digo e continuo a sentir... sem ti.